27 de fev. de 2013

Dreamlog: Pessoas-Tubarão

Existem teorias de que nossos sonhos são resultado de estímulos e outras influências que passamos durante o dia, mesmo as mais subjetivas. Que tudo fica guardado na nossa mente e durante nosso sono essas mensagens são projetadas em nossos sonhos. Eu duvido muito disso. Acho que isso é normal é óbvio demais. Na minha opinião, sonhos são o momento em que o nosso autismo se deixa correr livre, sem as inibições impostas pelas sensações físicas. Por exemplo, esses tempos tive um sonho legal. Vamos falar sobre ele.

Uma vasta multidão. Uma noite estrelada. Piscinas do tamanho de estádios de futebol. Telões, holofotes, um palco enorme. Clima de comemoração. Todo mundo festejando, apresentadores falando alguma coisa, milhões de pessoas dentro da água. De repente, gritos de terror. Alguma coisa foi despejada na água, e a multidão começa a correr e entrar em pânico. As pessoas afetadas pelo líquido despejado começam a mudar: seus dentes crescem e ficam mais afiados, e instintos de predador tomam conta de sua mente. Essas pessoas-tubarão começam a atacar! Mas em algum lugar na evolução (ou na mutação), por algum motivo misterioso, essas criaturas evaporavam ao ser encostadas pela palma da mão dum ser humano normal. Então começou, uma nova era no mundo. Onde duas raças capazes de matar uma a outra tentavam viver em harmonia.

crédito da ilustração: sharkbro

Aí a cena cortou e o tempo deve ter avançado, sei lá, pelo menos meses no futuro. As grandes piscinas continuavam frequentadas (pelo que deu a entender, todo mundo vivia em volta delas), agora por pessoas e pessoas-tubarão. As pessoas normais vestiam luvas pra não acidentalmente evaporar as tubarão. Mas é claro que, sendo humanos, o que mais se via eram casos de preconceito, exclusão e humilhação. As pessoas-tubarão tinham que resistir os instintos e eram muito mais frágeis que os humanos normais, além de que não podiam ficar fora da água por muito tempo. Elas eram motivo de escória, e nos grupos em que alguns membros apenas foram transformados essas pessoas-tubarão eram tratadas como inferiores e faziam trabalhos basicamente escravos para os "humanos puros", com a ameaça de serem excluídos do grupo ou, pior, vaporizados.

O formato do sonho era de observação. Tudo era mostrado com uma câmera dinâmica, como se fosse um filme, e acompanhava vários casos acontecendo pelas piscinas. As vezes tinha eu lá, sentado numa cadeira em volta das águas ou caminhando por aí (eu era humano puro). Durante o sonho todo, a narração prominente era dum grupo de amigos delinquentes humilhava a irmã do "líder" do grupo, que virou meio-tubarão. Eles mandavam ela buscar coisas pra eles o dia todo, e riam do esforço que ela fazia pra ficar fora da água e pra esconder os dentes diferentes. Ficava cada vez mais difícil pra ela resistir o instinto de pular e matar um deles, mas mesmo assim ela obedecia e não falava nada, mesmo que os outros não calassem a boca.

Uma enfermeira/salva-vidas que estava lá, vestida num uniforme especial, resolveu se pronunciar depois de não aguentar mais ver o que estava acontecendo. Ela foi até o grupo e tentou defender a menina-tubarão, mas o grupo de puro humanos só achou isso muito irritante e resolveu confrontar ela. Ficaram chamando ela de traidora, que ela tinha passado pro lado dos tubarões, que eles iam quebrar ela a pau pra mostrar o poder dos puro humanos e que ela tinha que se orgulhar disso. Bem, na verdade a enfermeira era tubarão também, e ela não conseguiu resistir os instintos e matou todo o grupo de delinquentes, pra logo depois fugir com a menina-tubarão pra dentro duma floresta enquanto a polícia da piscina perseguia elas.

E aí eu acordei.
Não sei se esse sonho era pra ser uma crítica social ou uma premonição do futuro. Mas vou me lembrar de nunca fazer bullying com pessoas-tubarão. Não que eu vá chegar perto de piscinas algum dia (essa foi a parte mais surrealista do sonho).

(E o blog tá com um banner e botões novos pra me lembrar de postar mais, espero que gostem).

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