28 de jan. de 2011

Cestabol

As pessoas me entendem mal quanto a certas coisas. Uma delas é a minha opinião sobre esportes. Só porque eu inventei desculpas, atestados e o que fosse possível nos últimos 5 anos de colégio para fugir das aulas de educação física, isso não quer dizer que eu não goste de esportes. Eu de fato não gosto de jogar nenhum deles, mas eu nunca dispenso fazer parte da torcida- o que é, por si só, um esporte. Ou pelo menos uma arte. Sei lá. Eu acho divertido.

Poucas pessoas sabem que eu acompanhei ao vivo todos os jogos do Grêmio no Olímpico (pra quem não é da terra dos pampas, Grêmio é um time de futebol, e Olímpico é seu estádio) por mais de um ano. E que até hoje eu vejo os jogos da NFL sempre que possível. E que eu sei os resultados dos últimos tours de Golf mundiais. Eu me divirto analisando as estratégias dos times, discutindo sobre o jogo, e simplesmente vendo os atletas darem o melhor do si com o coração pegando fogo, e coragem sem limites.

No entanto, um esporte que eu nunca gostei é o "basquete", vulgo Basketball. Sempre achei ele meio CORRE PRA LÁ CORRE PRA CÁ sem parar e que dependia numa única habilidade: a destreza dos malucos. Lembro que quando eramos obrigados a jogar baquete nas aulas de educação física o score terminava em algo do tipo 6-2 num bom dia, porque eramos um bando de vesgos, e que eu achava que tínhamos um nível decente de "driblagem" e "passes", a única diferença dum bando de autistas (nós) prum bando de autistas treinados (jogadores profissionais), era a habilidade de acertar a cesta. Por isso fiquei um pouco SAD quando minha mãe havia anunciado que comprara junto às nossas passagens ingressos para o jogo do Los Angeles Lakers vs Utah Jazz (times de basquete). Poxa, podíamos ter gasto o dinheiro em... sei lá, COMIDA, GAEMS, QUALQUER COISA! Eu estava indignado, mas já era tarde e não ia desperdiçar o que já tinha sido obtido. Então fui no jogo.

Como eu disse antes, estou acostumado a ir em estádios de futebol. No começo são repulsivos porque são sujos, mal-limpados, fedorentos, e mal-organizados, porém não é difícil de se acostumar. A primeira coisa que notei ao chegar no estádio do Lakers foi que puta merda, esse lugar é limpo. Muito limpo. E não só isso: é organizado. Todo mundo em fila, tudo no interior da arena, lojas chiques e arrumadas, restaurantes (um em cada ala!) com mesas, banheiros que não parecem um pântano... eu sinceramente me impressionei. Por sinal, comi um BBQ Big Dawg (sem brincadeira, esse era o nome do troço). Que era um cachorro-quente do tamanho do meu braço, com uma salada de batatas e rodelas de cebola frita em cima pra completar.

Então, no momento em que sentei na minha poltroninha para assistir o jogo, percebi que não estava lá para ver um jogo de basquete- e sim um espetáculo. Como ainda faltava uns 10 minutos pra começar a partida, estava passando no telão uma matéria sobre as cheerleaders e vários anúncios e informações. Em menos de 5 minutos, o estádio lotou. Enquanto entravam os jogadores, o telão passava informações sobre os jogadores e as conquistas do time. No topo do estádio tocava um banda- o jogo tinha trilha sonora. Antes do começo, desceram telas maiores do centro da quadra que falavam coisas do tipo OS LAKERS NUNCA DESISTEM SÃO GUERREIROS MELHOR TIME EVER e sinceramente, foi demais. Se eu fosse um jogador do Utah Jazz, eu estaria me cagando.

Como basquete é um esporte com mais intervalos que futebol, é claro que os organizadores não nos deixariam simplesmente esperando. A cada pausa, as cheerleaders (Laker Girls) vinham para o centro da quadra e davam um show de coreografias. Outras vezes, algum patrocinador realizava uma promoção. Enquanto isso, as telas mostravam a torcida e faziam piadas e divertimentos para público. Foi realmente um espetáculo. Ah, sim, e se o Lakers impedisse o Jazz de fazer mais de 100 pontos, todo mundo no estádio ganhava 2 tacos de graça do Jack in the Box. Sei que saí de lá com minha janta garantida.

No final das contas, eu ainda não gosto de basquete. Tiveram umas jogadas legais e imagino que precise de um pouco mais de habilidade do que eu antes imaginava, mas meh, não é meu tipo de esporte. Mas se pudesse, eu iria em todos os jogos de basquete daqui. Posso não gostar do esporte em si, mas jamais recusaria um bom espetáculo.

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